Bruno Leal: ‘A Manguinhos é uma joia dentre as publicações no campo da História’

Junho/2019

Bruno Leal. Foto de divulgação.

Para comemorar os 25 anos de História, Ciências, Saúde – Manguinhos, convidamos pessoas que participaram dessa história a dar depoimentos sobre a revista. A vez é do historiador e jornalista Bruno Leal, professor do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade de Brasília (UnB) e editor-chefe do Café História.

“Meu primeiro contato com a revista História, Ciências, Saúde – Manguinhos aconteceu quando eu ainda era aluno de graduação de História, em princípios dos anos 2000. Eu estava em uma xerox do nono andar da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e me deparei com um exemplar da revista em cima do balcão. Não sei de quem era e nem qual era aquela edição. Mas o que eu me lembro muito bem foi que achei a publicação lindíssima. Na verdade, eu levei alguns bons minutos para entender que não se tratava de um livro, mas sim de um periódico científico. Dei uma folheada e segui meu caminho. O nome Manguinhos, no entanto, ficou na minha mente.

Depois de alguns meses, associei, finalmente, o periódico à Fiocruz, uma agradabilíssima descoberta – nascido na Vila da Penha e frequentador de Ramos, subúrbio do Rio de Janeiro, o “Castelinho” da Fiocruz, em plena Avenida Brasil, e a Igreja da Penha, no bairro que leva o mesmo nome, sempre fizeram muito mais parte da minha paisagem urbana do que o Cristo Redentor. Descobrir que a revista era editada naquela região da cidade, a região em que eu vivia, foi muito interessante.

Uma vez formado, eu comecei a me envolver mais diretamente com divulgação científica e o destino me levou várias vezes à redação da Manguinhos. Foram muitas parcerias desde então: como parecerista, como entrevistado, como parceiro de projetos, etc. A Manguinhos é uma joia dentre as publicações no campo da História. Tem um ótimo senso estético, presença internacional e nas mídias sociais, e editores e autores que produzem pesquisa científica de relevância no campo da história da ciência e da saúde. Não é surpreendente que ela seja classificada como A1 pela Capes.

Tenho vários amigos na revista e admiro bastante o trabalho pioneiro que a Manguinhos tem feito nos últimos anos, principalmente o seu esforço para divulgar a pesquisa científica e para melhor se comunicar com o público não especializado. Sua proximidade com o campo das “ciências da natureza” tem permitido um intercâmbio de ideias muito interessante para nós da História. Se debates sobre “altmetria”, por exemplo, começam a mobilizar os historiadores, isso se deve muito ao trânsito interdisciplinar da Manguinhos e de sua equipe.  Trata-se de um trabalho bastante competente e que reflete o compromisso e a qualidade da equipe que edita a revista.”

Leia em HCS-Manguinhos: 

Divulgação científica, redes sociais e historiadores engendrando novas histórias: entrevista com Bruno Leal, entrevista concedida a Jaime L. Benchimol, Roberta Cardoso Cerqueira, Camilo Papi e Marina Lemle (vol.22, no.3, jul./set. 2015)

Leia no Blog de HCS-Manguinhos

HCS-Manguinhos comemora os seus 25 anos com workshop 
O presente e o futuro das publicações científicas de história serão a pauta de encontro de 26 a 28 de junho no Rio de Janeiro

Akira Homma: classificação máxima graças à excelência das publicações
O renomado epidemiologista da Fiocruz destaca a pontuação mais alta de HCS-Manguinhos no sistema Qualis-Capes (A1)

Paulo Gadelha: ‘História, Ciências, Saúde – Manguinhos é joia preciosa da Fiocruz’
Ex-presidente da Fiocruz dirigia a Casa de Oswaldo Cruz quando a revista foi lançada, em 1994

 

Cecilia Minayo: ‘Que outros 25 anos venham, pois a história não para’
“Há duas formas de avaliar uma publicação científica: sua periodicidade e adequação aos melhores parâmetros de produção; e seu conteúdo e contribuição para a ciência e a sociedade. HCSM cumpre maravilhosamente as duas funções, sendo preciosamente indispensável”.

Nara Azevedo: entusiasta da criação de uma revista única em seu campo
Quando foi diretora da Casa de Oswaldo Cruz, a pesquisadora conseguiu um orçamento específico para que a revista pudesse produzir versões de artigos em inglês, com o objetivo de lançar a revista em uma plataforma internacional

 

Nelson Sanjad: “HCS-Manguinhos contribuiu para a profissionalização do fazer editorial no Brasil”
Para o pesquisador, que é editor adjunto desde 2015, a influência exercida pela revista no cenário editorial brasileiro foi muito positiva para elevar o patamar de qualidade das revistas científicas na área das ciências humanas.

Depois do incêndio, registros de importância ímpar
Para Ricardo Ventura Santos, pesquisador titular da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (Ensp/Fiocruz) e professor titular do Departamento de Antropologia do Museu Nacional da UFRJ, HCS-Manguinhos guarda registros de um tesouro perdido.

Regina Horta Duarte: ‘HCS-Manguinhos se mantém como a melhor revista da área de história no Brasil’
Para a professora da UFMG, a revista teve papel pioneiro no aprimoramento de procedimentos de julgamento entre pares e de excelência de edição

Baixe a apresentação com depoimentos sobre os 25 anos de HCS-Manguinhos em PDF