Um ano depois do incêndio trágico, o Museu Nacional vive

Setembro/2019

Museu Nacional/UFRJ em reconstrução. Foto de Fernando Frazão/Agência Brasil

Um ano depois do trágico incêndio que destruiu grande parte do seu acervo, o Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro, entrou em uma nova fase de reconstrução. A Universidade Federal do Rio de Janeiro assinou junto à Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e à Fundação Vale um protocolo de intenções para estabelecer um novo modelo de governança para o projeto Museu Nacional Vive, de reconstrução do museu. Saiba mais.

O diretor do museu, Alexander Kellner, informou que várias doações importantes para recompor o acervo científico e de pesquisa já foram prometidas e entregues. Saiba mais.

O Museu Nacional também inaugurou hoje (2/9) a exposição “Vila Santo Antônio de Sá: a primeira vila do recôncavo da Guanabara”, Caixa Cultural do Rio de Janeiro. A mostra reúne relíquias arqueológicas que revelam como viviam os primeiros habitantes do chamado Recôncavo da Guanabara. Algumas peças fazem parte do acervo resgatado do Palácio após o incêndio. A exposição, parceria com o Sesc-RJ, fica em cartaz até 8 de dezembro na Caixa Cultural RJ (Av. Almirante Barroso, 25 – Centro), de terça a sábado, de 10 às 21h, com entrada franca. Saiba mais.

Saiba mais sobre os trabalhos de recuperação e de pesquisa em andamento

Como ajudar o Museu Nacional

Relatório anual do Museu Nacional (2018)

Leia no Blog de HCS-Manguinhos:

‘Perda do acervo documental do Museu Nacional é inestimável’
Magali Romero Sá conta que o acervo perdido com o incêndio armazenava a história do processo de desenvolvimento das ciências naturais no Brasil

Museu Nacional: ruínas precoces, fiapos de esperança
“Exatamente neste ano de 2018, quando se comemora os 200 anos da fundação do Museu Nacional, também completo 25 anos como professor na instituição. Esse quarto de século de minha vida se transformou completamente após ler, num piscar de olhos, uma mensagem de celular de uma colega no domingo à noite indicando que o chamado Palácio estava em chamas”, recorda Ricardo Ventura Santos

Incêndio queimou registros únicos da vida de povos que aqui habitaram e foram dizimados pela colonização
“Uma das coisas que sempre me impressionou no contato direto com os objetos coletados e os documentos de guarda do Museu é a sensação de estar encontrando, através deles, toda a tradição de autores que ajudaram a compreender o país: cientistas, estudiosos e críticos dos assuntos brasileiros que ajudaram a formar aquelas coleções”, conta Kaori Kodama.

Museu Nacional, ‘miniatura do país’
Para o médico e antropólogo Roquette-Pinto, o acervo material e imaterial da instituição refletia a diversidade cultural, biológica e social do Brasil. Nesta entrevista ao Blog de HCS-Manguinhos, o historiador Vanderlei de Souza fala sobre os documentos que pesquisou no seu mestrado e doutorado, destruídos pelo incêndio.

Pesquisadora estudou documentos de 1810 a 1911 que compunham o acervo do Museu Nacional
Para o seu doutorado, Maria Margaret Lopes percorreu desde o decreto de Fundação do museu até os registros das atas até 1911, passando por correspondências de cientistas brasileiros e estrangeiros.

Museu Nacional e Fiocruz: notas iniciais para uma historiografia das relações entre as duas instituições
A formação do acervo do Museu se deu a partir da interlocução de seus pesquisadores, professores e dirigentes com inúmeras instituições de pesquisa nacionais e internacionais, dentre elas a Fiocruz, conta Cristiane D’Avila.

Leia em História, Ciências, Saúde-Manguinhos:

O incêndio, a morte e a esperança
Carta dos Editores Marcos Cueto e André Felipe Cândido da Silva (vol.25, no.3 jul./set. 2018)

Sá GJS; Santos RV; Carvalho CR; Silva EC. Crânios, corpos e medidas: a constituição do acervo de instrumentos antropométricos do Museu Nacional na passagem do século XIX para o XX. v. 15, 2008.

Souza VS; Santos RV; Coelho MCS; Hannesh O; Carvalho CR. Arquivo de Antropologia Física do Museu Nacional: fontes para a história da eugenia no Brasil. v. 16, 2009.

Santos RV. A obra de Euclides da Cunha e os debates sobre mestiçagem no Brasil no início do século XX: Os Sertões e a medicina-antropologia do Museu Nacional. v. 5, suplemento, 1998.

Santos RV; Gaspar Neto VV. Entre ossos e cientistas: um mergulho na pré-história americana. v. 16, 2009.