Março/2020
Embora pandemias sejam quase sempre discutidas e examinadas por sanitaristas, microbiologistas e infectologistas, entre outros profissionais da área médica, os historiadores da saúde e da ciência também têm o que dizer sobre esse tipo de fenômeno. Em entrevista exclusiva ao Café História, o historiador peruano Marcos Cueto, editor científico da revista História, Ciências, Saúde – Manguinhos, da Casa Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) e professor desta mesma instituição, explica que as respostas insuficientes de diversos sistemas de saúde a atual pandemia se deve, entre outros motivos, a anos de desinvestimento neoliberal.
“As repostas insuficientes a esta pandemia são o resultado de anos de respostas insuficientes aos problemas de saúde como um todo. Como no passado, hoje, a ausência de liderança de governantes, assim como a xenofobia, a desinformação, o pânico, a desordem e o caos também agravam a calamidade sanitária”, afirma Cueto.
Leia no Café História: Bruno Leal entrevista Marcos Cueto
Sobre epidemias, leia no Blog de HCS-Manguinhos:
O Covid-19 e as epidemias da Globalização
“As epidemias regressam para nos recordar da nossa vulnerabilidade ante a enfermidade e o poder”, afirma Marcos Cueto, editor-científico de HCS-Manguinhos, autor de trabalhos sobre epidemias e coautor de livro sobre a OMS
Fake news circularam na imprensa na epidemia de 1918
Notícias falsas foram divulgadas até por autoridades, que disseminaram ‘receitas peculiares’ contra a gripe espanhola.
Pandemia reanima debates sobre a importância do SUS
Uma das questões problemáticas é a falta de coordenação e sintonia entre o sistema de formação de recursos humanos no país e as necessidades epidemiológicas e de atenção à população
Há cem anos, gripe espanhola matou mais de 50 milhões
Doença dizimou cerca de 5% da população mundial em 1918. Leia reportagem na Folha de São Paulo e artigos em HCS-Manguinhos
Epidemias e colapso demográfico no México e Peru do século XVI
Ricardo Waizbort e Filipe Porto fazem leitura crítica da literatura histórica e discutem a importância de doenças como varíola e sarampo
Pesquisadores investigam de epidemia de varíola em Porto Alegre no século XIX
Fábio Kühn e Jaqueline Hasan Brizola buscaram conhecer o universo da morbidade e estabelecer o impacto social da doença na cidade entre 1846 e 1874
Epidemia de zika remete à rubéola e à discussão sobre aborto como ato médico
Ilana Löwy, pesquisadora do Instituto Nacional de Saúde e de Pesquisa Médica de Paris, conta como os surtos de rubéola estimularam a descriminalização do aborto na Europa
USP lança As enfermidades e suas metáforas: epidemias, vacinação e produção de conhecimento
Livro reúne artigos de autores renomados na área de história da saúde
Medo e desinformação marcaram epidemia de cólera em Veracruz, no México
Beau Gaitors e Chris Willoughby, da Universidade Tulane (EUA), participaram do workshop sobre doenças tropicais na Fiocruz
Grandes epidemias são tema de exposição em São Paulo
Mostra no Museu de Saúde Pública Emílio Ribas aborda adoecimento, prevenção, tratamento e cura e discute pesquisa, políticas públicas, campanhas e impactos sociais das doenças
Conservadorismo é um desafio na luta contra a Aids
“Como prevenir uma infecção sexualmente transmissível sem falar de sexo e sexualidade?”, questiona Eliza Vianna, pesquisadora da história da Aids. Ela deu entrevista ao Blog de HCS-Manguinhos por ocasião do Dia Mundial de Luta Contra a Aids e do lançamento da nova campanha do Ministério da Saúde.
Artigo aborda chegada de mosquito vetor da malária ao Brasil em 1930
Gabriel Lopes, pós-doutorando do PPGHCS/COC, analisa as primeiras reações de cientistas e autoridades de saúde pública contra as epidemias de malária causadas pelo Anopheles gambiae
La fiebre amarilla y la medicina china en Perú. Artículo de Patricia Palma explora el crecimiento de diversos saberes médicos durante y tras la epidemia de fiebre amarilla en Lima, Perú.
La cólera, la desinformación y el comercio en Veracruz. Beau Gaitors y Chris Willoughby exploran el problema comercial y sanitario enfrentado por el puerto mexicano en el siglo 19.
Leia artigos sobre epidemias na revista HCS-Manguinhos:
Entre vacinas, doenças e resistências: os impactos de uma epidemia de varíola em Porto Alegre no século XIX, artigo de Fábio Kühn e Jaqueline Hasan Brizola (vol.26, no.2, abr 2019)
Zika e Aedes aegypti: antigos e novos desafios, artigo de Flávia Thedim Costa Bueno et al (v. 24, no.4, out 2017)
Cidade-laboratório: Campinas e a febre amarela na aurora republicana, artigo de Valter Martins (vol.22, n.2, jan./abr. 2015)
As epidemias nas notícias em Portugal: cólera, peste, tifo, gripe e varíola, 1854-1918. Artigo de Maria Antónia Pires de Almeida, Jun 2014, vol.21, no.2
“Não é meu intuito estabelecer polêmica”: a chegada da peste ao Brasil, análise de uma controvérsia, 1899 Artigo de Dilene Raimundo do Nascimento e Matheus Alves Duarte da Silva, Nov 2013, vol.20, suppl.1
Bactéria ou parasita? a controvérsia sobre a etiologia da doença do sono e a participação portuguesa, 1898-1904. Artigo de Isabel Amaral. Dez 2012, vol.19, no.4
‘Formidável contágio’: epidemias, trabalho e recrutamento na Amazônia colonial (1660-1750), artigo de Rafael Chambouleyron, Benedito Costa Barbosa, Fernanda Aires Bombardi e Claudia Rocha de Sousa (vol.18, no.4, dez 2011)
A epidemia de cólera de 1853-1856 na imprensa portuguesa, artigo de Maria Antónia Pires de Almeida (v. 18, no.4, dez 2011)
A gripe de longe e de perto: comparações entre as pandemias de 1918 e 2009, artigo de Adriana Alvarez et al. (vol.16, no.4, dez 2009)
Antiescravismo e epidemia: “O tráfico dos negros considerado como a causa da febre amarela”, de Mathieu François Maxime Audouard, e o Rio de Janeiro em 1850. Kaori Kodama (vol.16, no.2, Jun 2009)
A epidemia de gripe espanhola: um desafio à medicina baiana, artigo de Christiane Maria Cruz de Souza (vol.15, no.4, dez 2008)
O Carnaval, a peste e a ‘espanhola’. Artigo de Ricardo Augusto dos Santos (v.13, n.1, jan./mar. 2006)
A gripe espanhola em Salvador, 1918: cidade de becos e cortiços. Artigo de Christiane Maria Cruz de Souza (vol.12, no.1, abril 2005)
Revisitando a espanhola: a gripe pandêmica de 1918 no Rio de Janeiro, artigo de Adriana da Costa Goulart (v. 12, no.1, abr 2005)
A cidade e a morte: a febre amarela e seu impacto sobre os costumes fúnebres no Rio de Janeiro (1849-50) – Cláudia Rodrigues (vol.6, no.1, Jun 1999)
E ainda, na revista HCS-Manguinhos, artigos em inglês e espanhol:
La “cultura de la sobrevivencia” y la salud pública internacional en América Latina: la Guerra Fría y la erradicación de enfermedades a mediados del siglo XX, artigo de Marcos Cueto (vol.22, no.1, mar 2015)
Curing by doing: la poliomielitis y el surgimiento de la terapia ocupacional en Argentina, 1956-1959., artigo de Daniela Edelvis Testa (vol.20, no.4, dez 2013)
Las epidemias de cólera en Córdoba a través del periodismo: la oferta de productos preservativos y curativos durante la epidemia de 1867-1868., artigo de Adrián Carbonetti e María Laura Rodríguez (vol.14, no.2, jun 2007)
El rastro del SIDA en el Perú, artigo de Marcos Cueto (vol.9, 2002)
Caponi, Sandra. Lo público y lo privado en tiempos de peste. Jun 1999, vol.6, no.1