Janeiro/2018
Rodrigo de Oliveira Andrade | Revista Pesquisa Fapesp
A ocupação das áreas rurais do estado de São Paulo, desencadeada pela expansão da indústria cafeeira em fins do século XIX, contribuiu para a degradação das condições de vida nos campos e eclosão de diversas epidemias. Alguns médicos atribuíam esses problemas ao clima tropical do país, outros, à ausência do poder público nessas regiões. Para o parasitologista Samuel Pessoa, no entanto, a situação nos campos precisava ser interpretada à luz de uma abordagem mais ampla, apoiada em uma visão marxista. A onipresença das doenças nas regiões agrícolas, segundo ele, seria consequência da estrutura econômica rural, sendo o latifúndio elemento central para a compreensão das doenças endêmicas do Brasil agrário. Em 1922, Pessoa obteve uma bolsa da Rockefeller para trabalhar em postos de saúde no interior de São Paulo e estudar endemias em regiões agrícolas. “Foi quando se aproximou da realidade das populações rurais de São Paulo, verificando os primeiros indícios da relação tácita entre latifúndio, pobreza, fome e endemias rurais”, conta o cientista político Gilberto Hochman, da Fiocruz, que estudou os arquivos do médico antes de eles serem disponibilizados. Leia a reportagem completa na Revista Pesquisa Fapesp: Medicina no campo Atuação do parasitologista Samuel Pessoa ajudou a criar uma tradição intelectual de compromisso da saúde pública com os mais pobres Leia em HCS-Manguinhos:Samuel Pessoa: uma trajetória científica no contexto do sanitarismo campanhista e desenvolvimentista no Brasil, artigo de Carlos Henrique Assunção Paiva (v.13 n.4 out./dez. 2006)
Leia no Blog de HCS-Manguinhos:
Livro de Gilberto Hochman sobre saneamento no Brasil na Primeira República é lançado em inglês Lançada originalmente em 1998, obra que aborda as relações entre saúde pública e a construção de Estado no Brasil tornou-se referência