Revista britânica publica artigo sobre biotipologia no Brasil na Era Vargas

Julho/2016

Os tipo de Viola. Em Berardinelli (1932).

Os tipos de viola. Em Berardinelli (1932).

A biotipologia no Brasil na Era Vargas é o tema do artigo Science, Constitutional Medicine and National Bodily Identity in Brazilian Biotypology during the 1930s, escrito por Ana Carolina Vimieiro, professora de história da ciência no Departamento de História da Universidade Federal de Minas Gerais e editora de resenhas de HCS-Manguinhos. O artigo foi publicado na edição de maio de 2016 da prestigiosa revista Social History of Medicine, da Oxford Journals.

Esquema de Thooris. Em Berardinelli (1932).

Esquema de Thooris. Em Berardinelli (1932).

A autora traça a ascensão e a difusão da biotipologia e suas práticas de classificação corporal de pessoas na agenda científica brasileira no contexto sociopolítico do Brasil especialmente entre 1930 e 1945, durante a Era Vargas, quando representava uma doutrina fundamental para a medicina nacional.

Os biotipologistas criaram sistemas de classificação corporal dos brasileiros e estabeleceram padrões de normalidade. Eles caracterizavam os indivíduos em termos biológicos. Os estudos biotipológicos iam além do domínio da prática médica, fomentando debates sobre eugenia e identidades raciais e nacionais no Brasil.

A biotipologia propunha uma visão holística do organismo que superaria as abordagens centradas na doença, e não na pessoa doente. Entre vários significados, foi descrita como “a ciência do indivíduo”.

Acesse o artigo na Social History of Medicine:

Science, Constitutional Medicine and National Bodily Identity in Brazilian Biotypology during the 1930s

Leia também:

Imagens de corpos normais na biotipologia brasileira durante a primeira metade do século XX, Ana Carolina Vimieiro Gomes, Anais do XXVI Simpósio Nacional de História, ANPUH, São Paulo, julho/2011

Leia no Blog de HCS-Manguinhos:

O Brasil mestiço e viável de Roquette-Pinto
Anpuh premia tese de Vanderlei Sebastião de Souza sobre o “retrato racial” do brasileiro feito por Edgard Roquette-Pinto.

Pai da eugenia no Brasil ficou obscuro na história
Defensor da ‘higiene racial’, o médico Renato Kehl assumiu a propaganda eugênica como missão política e intelectual entre 1917 e 1940. Robert Wegner e Vanderlei Sebastião de Souza publicaram artigo em HCS-Manguinhos.

Germanofilia de Rocha Lima marcou sua ‘persona’ científica
Para André Felipe Cândido da Silva, o cientista não ficou famoso por causa da sua ligação com a medicina germânica inclusive durante o nazismo.

Como citar este post [ISO 690/2010]:

Revista britânica publica artigo sobre biotipologia no Brasil na Era Vargas. Blog de História, Ciências, Saúde – Manguinhos. [viewed 15 July 2016]. Available from: http://www.revistahcsm.coc.fiocruz.br/revista-britanica-publica-artigo-sobre-biotipologia-no-brasil-na-era-vargas/