Julho/2019
Uma epidemia de varíola que vitimou fatalmente 1% da população de Porto Alegre em 1874, apesar dos esforços prévios de imunização, é o tema de um artigo publicado na atual edição de HCS-Manguinhos (vol.26, n.2, abr./jun. 2019). A partir de informações dos livros de óbitos da Cúria Metropolitana de Porto Alegre e da Santa Casa de Misericórdia, Fábio Kühn, professor do Departamento de História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e Jaqueline Hasan Brizola, mestre pelo Programa de Pós-graduação em História da mesma universidade, buscaram conhecer o universo da morbidade causada pela varíola e estabelecer o impacto social da doença na cidade entre 1846 e 1874.
De posse dos mapas de vacinados nos anos anteriores à eclosão da epidemia, eles constataram a baixa adesão da população de Porto Alegre ao preventivo. Com a chegada de soldados doentes, oriundos de outras localidades, a moléstia se espalhou rapidamente pela cidade, causando a morte de centenas de pessoas.
Gráfico: Óbitos por varíola: população livre e escrava (1846-1874)
“Interessa-nos demonstrar como e por que, após tantos anos de tentativas de imunização, os sujeitos ainda se viam desprotegidos do flagelo das bexigas. A eclosão da epidemia teria alguma relação com a falta da vacina ou com a dificuldade de sua aplicabilidade? Quem foram os sujeitos atingidos? E, ainda, o que o perfil social dos indivíduos que faleceram em função da doença pode nos dizer sobre as causas imediatas de eclosão da epidemia?”, questionam os pesquisadores.
A pesquisa recebeu o prêmio de dissertação da Sociedade Brasileira de História da Ciência em 2016.
Leia em HCS-Manguinhos:
Entre vacinas, doenças e resistências: os impactos de uma epidemia de varíola em Porto Alegre no século XIX, artigo de Fábio Kühn e Jaqueline Hasan Brizola (vol.26, n.2, abr./jun. 2019)
E ainda…
Acesse a dissertação A terrível moléstia : vacina, epidemia, instituições e sujeitos : a história da varíola em Porto Alegre no século XIX (1846-1874), de Jaqueline Hasan Brizola, orientação de Fábio Kühn