Julho/2022
Eilleen Grubb e Frederico Carlos Hoehne na Estação Biológica do Alto da Serra. Foto de Kenneth Grubb, Royal Anthropological Institute.
Visitada por inúmeros pesquisadores nacionais e estrangeiros nas primeiras décadas do século XX – até por Marie Curie, ganhadora de dois prêmios Nobel! – a Estação Biológica do Alto da Serra, hoje conhecida como Reserva Biológica do Alto da Serra de Paranapiacaba, localizada no município de Santo André (SP), é o tema de um artigo publicado na atual edição da revista História, Ciências, Saúde – Manguinhos (v. 29, n. 2, abr-jun/2022).
A área foi adquirida em 1909 pelo então diretor do Museu Paulista, Hermann von Ihering, e ficou sob os cuidados de diferentes instituições paulistas, até ser incorporada ao Instituto de Botânica do Estado. Apesar das várias mudanças administrativas, esteve ao longo dos anos sob a gestão do botânico Frederico Carlos Hoehne.
No artigo A Estação Biológica do Alto da Serra: um ‘tesouro da natureza’ (1918-1938), as autoras Luna Abrano Bocchi, professora da Universidade do Estado de Minas Gerais, em Passos/MG, e Ermelinda Moutinho Pataca, professora do Departamento de Metodologia do Ensino e Educação Comparada da USP, abordam as discussões em defesa da proteção da natureza e enfocam as práticas científicas relacionadas à gestão e manutenção da Estação Biológica a partir da análise de diversas fontes, como o livro de visitas, relatórios institucionais, publicações de seus responsáveis, notícias em periódicos e fotografias.
Album da Secção de Botanica do Museu Paulista. São Paulo: Imprensa Methodista, 1925.
Além de discutir o cotidiano do trabalho científico, a luta por mais verba e melhorias no local, o estudo explora as visitas realizadas, que foram estrategicamente divulgadas por Hoehne, para conferir credibilidade e angariar apoio à iniciativa. O botânico teve uma atuação bastante intensa em São Paulo.
Crítico da destruição da natureza pelo homem, ao longo de sua trajetória atuou na organização e manutenção da Estação Biológica, assim como de hortos botânicos, do Orquidário e do Jardim Botânico do Estado. Para ele, as estações biológicas tinham como finalidade proteger e guardar a natureza para as futuras gerações.
O artigo fez parte de uma investigação mais ampla que resultou na tese de doutorado defendida na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, financiada pela Capes.
Planta da Estação Biológica do Alto da Serra (1924)
Leia na revista HCS-Manguinhos:
A Estação Biológica do Alto da Serra: um ‘tesouro da natureza’ (1918-1938), artigo de Luna Abrano Bocchi e Ermelinda Moutinho Pataca (HCS-Manguinhos, v. 29, n. 2, abr-jun/2022).
