Como viviam e morriam os escravos no Brasil?

Fevereiro/2013

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Máscara kifwebe da etnia Luba, feita em madeira por artesãos da República Democrática do Congo
(Fonte: LotusMasks.com)

Treze artigos inéditos publicados no suplemento Saúde e Escravidão da revista História, Ciências, Saúde – Manguinhos (dez/2012)  revelam como viviam, adoeciam, eram curados ou morriam os escravos e os libertos africanos e crioulos no Brasil. Os autores realizam seus estudos em universidades e centros de pesquisa espalhados por países como França, EUA, Benin, Trinidad-Tobago e Brasil.

Esta edição da revista trimestral contou com a organização das pesquisadoras da Casa de Oswaldo Cruz, Kaori Kodama e Tânia Salgado Pimenta, e do professor e pesquisador da UFRJ, Flávio Gomes. Na carta aos leitores, eles afirmam que, a despeito da realização de “estudos variados e metodologias originais, ainda sabemos pouco sobre como os escravos viviam, quais eram as condições de vestuário e alimentação, doenças, práticas terapêuticas e sistemas de assistência”.

A ideia dos três pesquisadores foi a de reunir trabalhos finalizados e em andamento, “colocando em evidência doenças, epidemias, mortes, artes de curar, médicos, cirurgiões, feiticeiros, parteiras, ervas, mezinhas e unguentos”.

Além dos artigos, há um documento publicado na seção “Fontes”, em que, em 1801, um cirurgião em Vila Boa de Goiás aborda problemas éticos que enfrenta ao cobrar por seus honorários à proprietária de um ex-escravo. Uma “Nota de pesquisa” apresenta os levantamentos feitos em sítios arqueológicos em uma antiga fazenda de jesuítas, em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro. A edição traz, também, duas resenhas de livros que discutem questões raciais.

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Destaques da edição no blog:


Varíola, punição de Sakpata

No ensaio Doenças, religião e medicina: a varíola no Benim, século XIX, Elisée Soumonni, do Benim, examina as percepções e interpretações das doenças no Daomé pré-colonial.
 
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Escravos, maiores vítimas de cólera

Registros de dois cemitérios públicos do Rio de Janeiro evidenciam o viés social do cólera. No pico da epidemia, entre 1855 e 1856, a mortalidade escrava foi bem maior do que a de pessoas livres.

Declínio do tétano: mistério revelado

Doença que vitimava principalmente escravos e recém-nascidos já estava em declínio no Brasil antes das campanhas das autoridades sanitárias. O americano Ian Read investigou por quê.