Abril/2019
Depois de atravessarem um oceano amontoados na terceira classe dos navios a vapor, os passageiros que
desembarcavam no porto do Rio de Janeiro vindos da Europa eram imediatamente transportados, com suas bagagens, em batelões, até a Ilha das Flores, na costa leste da Baía de Guanabara, onde eram acolhidos gratuitamente por até oito dias.
Criada em 1883, a Hospedaria de Imigrantes da Ilha das Flores tinha por objetivo manter os imigrantes saudáveis, pois tanto o governo imperial quanto o republicano acreditavam ser o europeu o principal responsável pelo progresso e civilização do país. A Hospedaria refletia os preceitos científicos da época, em particular as ideias higienistas.
Naquele momento, os higienistas atribuíam a febre amarela que surgia na capital do Império todo verão à precária condição sanitária da cidade do Rio de Janeiro, que propiciaria a multiplicação do germe, infeccionando a atmosfera. Já no início do século XX, na medida em que os médicos começaram a reinterpretar a doença à luz da teoria pasteuriana, foram sendo adotados novos procedimentos para a recepção de imigrantes, alterando a estrutura e o funcionamento da Hospedaria.
Esta história é contada em detalhes nesta edição de HCS-Manguinhos (vol.26, n.1, jan/mar 2019) por Luís Reznik, professor do Programa de Pós-graduação em História Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), e Juliana Carolina Oliveira Costa, pesquisadora do Centro de Memória da Imigração da Ilha das Flores da Uerj. “Ao longo das pesquisas verificamos que os preceitos higienistas de cada época tiveram relevância nas decisões sobre a recepção das levas de imigrantes e, consequentemente, na organização e funcionamento da hospedaria”, afirmam os autores.
Leia em HCS-Manguinhos:
Como manter saudáveis nossos imigrantes: preceitos higienistas na constituição da Hospedaria de Imigrantes da Ilha das Flores, artigo de Luís Reznik e Juliana Carolina Oliveira Costa (vol.26, n.1, jan/mar 2019)
Como citar este post:
Para imigrantes europeus, a Ilha das Flores. Blog de História, Ciências, Saúde – Manguinhos. Acessado em 16 de abril de 2019. Disponível em http://www.revistahcsm.coc.fiocruz.br/para-imigrantes-europeus-a-ilha-das-flores/