Historiador José Sebastião Witter morre aos 81 anos

Julho/2014

José Sebastião WitterO historiador José Sebastião Witter, professor emérito da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP), morreu na segunda-feira (07/07), aos 81 anos, em Mogi das Cruzes (SP). Formado em História pela FFLCH-USP, Witter foi orientando no mestrado e no doutorado de Sérgio Buarque de Holanda, de quem foi assistente catedrático. Especializado em História do Brasil, publicou ao longo de sua carreira 15 livros (como Túnel do Tempo, A Revolta dos Parceiros e Partido Republicano Federal) e grande número de capítulos em obras coletivas e artigos em revistas especializadas e sobre temas culturais. Era membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo e dirigiu o Arquivo Público do Estado de São Paulo de 1977 a 1987, o Instituto de Estudos Brasileiros da USP de 1990 a 1994 e o Museu Paulista da USP, mais conhecido como Museu do Ipiranga, de 1994 a 1999. “Trata-se de um raríssimo inovador na área à qual dedicou sua vida, que inovou a cultura de todas as instituições por onde passou, trabalhando intensamente pela sua modernização e sem ficar refém das adversidades, empreendendo sempre. Também foi um autor inovador – pioneiro, por exemplo, nos estudos acadêmicos do futebol”, afirmou o colega e amigo José de Souza Martins, também professor emérito da FFLCH-USP e membro do Conselho Superior da FAPESP. Witter trabalhou na preservação e proteção dos acervos documentais e na modernização dos arquivos históricos. “Dono de uma concepção inovadora na proteção e disponibilização de acervos documentais, é o grande responsável pelo enorme salto nas condições de realização da pesquisa histórica no Estado de São Paulo. Sem ele, ainda estaríamos não muito longe das modestas condições de pesquisa que aqui havia nos anos 50. A confiança intelectual que Sérgio Buarque de Holanda nele depositou ficou amplamente justificada e confirmada na sua biografia”, disse Martins. Entre os temas de pesquisa de Witter estavam a imigração alemã, a fundação do primeiro partido republicano e arquivos históricos. Nos anos 70, inovou ao dar tratamento acadêmico ao futebol. Como professor do Departamento de História da FFLCH, ministrou o primeiro curso de história do futebol na USP. Organizou obras como Futebol e cultura, em colaboração com José Carlos Sebe Bom Meihy, e escreveu O que é futebol e Breve história do futebol brasileiro. Fonte: Agência Fapesp