Janeiro/2019
Em 1960, a primeira pílula anticoncepcional foi comercializada nos EUA e, em poucos anos, o método contraceptivo se difundiu pelo mundo. No Brasil, sua chegada foi marcada por discussões sobre “crise demográfica”, aceleração de processos de modernização e o boom da indústria farmacêutica multinacional. O mercado dos contraceptivos hormonais se desenvolveu rapidamente, apesar das restrições impostas pela Lei de Contravenções Penais de 1941 – que proibia “anunciar processo, substância ou objeto destinado a provocar o aborto ou evitar a gravidez” –, de normas sociais e religiosas que ratificavam tanto tendências pró-natalistas como padrões conservadores de moralidade sexual, e das controvérsias sobre planejamento familiar que atravessaram os anos 1960 e 1970.
Matérias publicadas no periódico A Gazeta da Farmácia nos primeiros 20 anos de existência deste método contraceptivo que tornou-se tão popular são analisadas no artigo A pílula da oportunidade: discursos sobre as pílulas anticoncepcionais em A Gazeta da Farmácia, 1960- 1981 (v. 25, n.3, jul./set. 2018), de Tânia Maria Dias, Claudia Bonan, Andreza Rodrigues Nakano e Luiz Antônio Teixeira.
“Para os profissionais de farmácia, os anticoncepcionais orais se apresentaram como “as pílulas da oportunidade”, seja no sentido dos lucros, seja no sentido de resgatar seu prestígio no campo científico, clínico-terapêutico e político”, afirmam os autores.
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A pílula da oportunidade: discursos sobre as pílulas anticoncepcionais em A Gazeta da Farmácia, 1960- 1981, artigo de Tânia Maria Dias, Claudia Bonan, Andreza Rodrigues Nakano e Luiz Antônio Teixeira (v. 25, n.3, jul./set. 2018)