Fevereiro/2018
Ao serem “apresentados” à Mata Atlântica, os colonizadores, jesuítas, cronistas e viajantes não demoraram a perceber que a floresta tropical impunha uma série de obstáculos à sua permanência. Rica em diversidade mas não tão abundante em recursos alimentares, a Mata Atlântica exigia habilidade e muito conhecimento de quem quisesse explorar suas espécies com potencial comestível.
Dentro deste rol de opções, os frutos tropicais consumidos com açúcar ajudaram os primeiros colonizadores a superarem a insuficiência calórica naquele Éden hostil.
É o que afirmam os pesquisadores Julianna Morcelli Oliveros, doutoranda no Institución Milá y Fontanals, do Consejo Superior de Investigaciones Científicas (IMF-CSIC), em Barcelona, e Christian Fausto Moraes dos Santos, professor adjunto do Departamento de História da Universidade Estadual de Maringá, Paraná, no artigo Saborosos, sadios e digestivos: o discurso médico presente no consumo de frutos, conservas e compotas na América portuguesa do século XVI, publicado em HCS-Manguinhos.
Através da análise de relatos de viagem escritos por cronistas, viajantes e missionários, como Gabriel Soares de Sousa (1587), Fernão Cardim (1580), André Thevet (1557) e Jean de Léry (1578), puderam compreender a dinâmica da alimentação destes homens, que esteve profundamente marcada por um discurso médico comum à Europa da era moderna.
Leia em HCS-Manguinhos:
Saborosos, sadios e digestivos: o discurso médico presente no consumo de frutos, conservas e compotas na América portuguesa do século XVI, artigo de Julianna Morcelli Oliveros e Christian Fausto Moraes dos Santos (vol.24, n.4, out./dez. 2017)
Como citar este post:
Frutas e compotas para a saúde do colonizador. Blog de História, Ciências, Saúde – Manguinhos, 2018. Publicado em 6 de janeiro de 2018. Disponível em http://www.revistahcsm.coc.fiocruz.br/frutas-doces-e-compotas-para-a-saude-do-colonizador