Maio/2015
Max Altman | Opera Mundi
Friedrich Wilhelm Heinrich Alexander Freiherr von Humboldt, melhor conhecido como Alexander von Humboldt, geógrafo, astrônomo, naturalista e explorador alemão, morre em Berlim em 6 de maio de 1859. É considerado o “Pai da Geografia Moderna Universal”.
Naturalista polivalente, por meio de viagens de exploração foi da Europa à América do Sul e parte do atual território do México, aos Estados Unidos, às Ilhas Canárias e à América Central. Especializou-se em diversas áreas da ciência como etnografia, antropologia, física, zoologia, ornitologia, climatologia, oceanografia, astronomia, geografia, mineralogia, botânica, vulcanologia e humanismo.
Nascido em 14 de setembro de 1769, Humboldt recebeu excelente educação no castelo de Tegel e se formou intelectualmente em Berlim, Frankfurt e na Universidade de Götingen. Apaixonado por botânica, geologia e mineralogia, após estudar na Escola de Minas de Freiberg e trabalhar num departamento mineiro do governo prussiano, recebeu em 1799 permissão para embarcar rumo às colônias espanholas da América do Sul e Central.
Acompanhado pelo botânico francês Aimé Bonpland, com quem já havia realizado uma viagem à Espanha, percorreu quase 10 mil quilômetros em três grandes etapas continentais. As duas primeiras na América do Sul, desde Caracas até as fontes do rio Orinoco e desde Bogotá a Quito pela região andina e a terceira pelas colônias espanholas do México.
Como resultado de seu esforço, conseguiu coligir quantidades imensas de dados sobre clima, flora e fauna da zona, bem como determinar longitudes e latitudes, medidas do campo magnético terrestre e completas estatísticas das condições sociais e econômicas que se davam nas colônias mexicanas. Entre 1804 e 1827 estabeleceu-se em Paris, onde se dedicou à recopilação, ordenação e publicação do material recolhido, o que gerou 30 volumes que tiveram por título “Viagem às Regiões Equinociais do Novo Continente”.
Dentre seus achados científicos cabe citar o estudo da corrente oceânica da costa oeste da América do Sul que durante muito tempo levou o seu nome; um novo sistema de representação climatológica em forma de isóbaras e isotermas; os estudos comparativos entre condições climáticas e ecológicas; e, sobretudo, suas conclusões sobre o vulcanismo e sua relação com a evolução da crosta terrestre.
Em 1827 regressou a Berlim, onde desempenhou um destacado papel na recuperação da comunidade acadêmica e científica alemã, maltratada depois de décadas de conflito bélico. Foi nomeado assessor do rei e se converteu num dos principais conselheiros, pelo que realizou numerosas missões diplomáticas. Em 1829, a pedido do tzar Nicolau I, efetuou uma viagem pela Rússia asiática.
Durante os últimos 25 anos de vida, se concentrou principalmente na redação de “Cosmos”, monumental visão global da estrutura do universo, da qual em vida viu publicados quatro volumes.
Na obra, cujo objetivo era comunicar a excitação intelectual e a necessidade prática da investigação científica, descreve em cinco volumes todos os conhecimentos da época sobre os fenômenos terrestres e celestes.
Humboldt é considerado como um dos últimos grandes ilustrados, com uma vasta cultura enciclopédica, cuja obra abarcava campos tão díspares como os das ciências naturais, a geografia, a geologia e a física.
Apesar de sua ampla influência no mundo, a figura e a obra de Humboldt são relativamente pouco conhecidas na Alemanha. Para contornar essa situação foram tomadas algumas medidas, a mais ambiciosa delas construir o “Humboldt Forum”, um centro cultural em Berlim.
Por outra parte, a iniciativa do escritor alemão Hans Enzensberger pretendeu recuperar a figura de Humboldt como exemplo para seus concidadãos. Por isso publicou várias de suas obras entre elas “Cosmos” e “Ansichten der Kordilleren”. A editora Eichborn Verlag investiu 1,5 milhão de euros no projeto. Como parte da campanha de divulgação da figura do explorador, os aproximadamente 32 mil menores que estudam nas escolas que levam o nome de Humboldt receberam grátis um pacote com as edições de Enzensberger.
Os textos sul-americanos de Humboldt compreendem 30 volumes publicados em 30 anos. Compostos de livros científicos, atlas, tratados de geografia e economia de Cuba e México, uma narrativa de suas viagens e um exame crítico da história e da geografia do Novo Continente.
Atribui-se a Humboldt a cunhagem de novas expressões como isodinâmicas, isotermas, isóclinas, jurássico e tempestade magnética. Desenvolveu as bases da geografia física, a geofísica e a sismologia. Demonstrou, além disso, que não pode haver conhecimento científico sem experimentação verificável.
Fonte: Opera Mundi
Nota do Blog
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