Três resenhas sobre eugenia latina

No número especial sobre eugenia latina de HCS-Manguinhos (vol.23, supl.1, dez. 2016), a seção Livros & Redes traz três resenhas sobre livros recentes e fundamentais para quem quer se aprofundar no tema. Em Uma agenda científica para a eugenia latina?, Ana Carolina Vimieiro Gomes discorre sobre a obra Latin eugenics in comparative perspective, de Marius Turda e Aaron Gillette, lançada em 2014. Os autores propõem uma abordagem comparativa envolvendo os sentidos e usos científicos, culturais e políticos da eugenia desenvolvidos em alguns contextos locais europeus e latino-americanos e propõe avanços à ideia de uma eugenia “latinizada” na América Latina desenvolvida anteriormente por Nancy Stepan em A hora da eugenia. Na resenha Eugenia: uma ciência estigmatizada, Gerson Pietta discute o livro Eugenetica senza tabu: usi e abusi di un concetto, de Francesco Cassata, lançado em 2015, que aborda pesquisas e produções acerca de eugenia, raça e genética no contexto italiano. O autor analisa como, após a experiência nazista, a eugenia passou a ser vista como sinônimo de pseudociência reacionária, sexista, racista e antissemita, além de fonte de violência e discriminação. Porém, autores pioneiros no estudo da história da eugenia distinguem variantes da ciência eugênica a partir de ligações com diferentes contextos nacionais ou regionais, o que reforça a essência não monolítica da eugenia e seu caráter multiforme, nas variantes políticas, sociais e culturais A identidade da “raça cósmica”: a experiência da eugenia no México é o título da resenha de Leonardo Dallacqua de Carvalho sobre o trabalho Eugenesia y racismo en México, de Laura Suárez y López Guázo, de 2005. Em diálogo com trabalhos como os de Nancy Stepan e Raquel Álvarez Peláez sobre história da eugenia em países da América Latina, a autora procura situar as teses eugênicas de Francis Galton (1822-1911) em paralelo com sua recepção no contexto mexicano e suas transformações socioculturais. Acesse o sumário da edição especial “A eugenia latina em contexto transnacional”