Março/2013
Nos últimos cinco anos, a revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) alcançou projeção internacional ao se consagrar como o principal periódico científico brasileiro e o mais importante da área de ciências biológicas e biomédicas da América Latina. Com atuais 2.147 pontos de fator de impacto segundo o Institute for Scientific Information (ISI) Web of Knowledge, órgão internacional responsável por avaliar a relevância das publicações deste gênero, a revista inaugura nova fase com a reformulação do seu site. A modernização foi financiada pelo edital ‘Apoio a reformulação de periódicos científicos e tecnológicos institucionais – 2010’ da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ). O lançamento aconteceu nesta sexta-feira, 8 de março, no tradicional Centro de Estudos do IOC. Inéditas, as novas funcionalidades investem na interação com o visitante. O leitor poderá criar, por exemplo, um perfil para cadastrar seus temas preferidos e receber sugestão de artigos. Uma nova ferramenta de busca facilita e estimula pesquisas no acervo. “Tudo reunido em uma interface moderna e amigável, inspirada nos portais das revistas científicas mais importantes do mundo”, garante o editor da publicação, o pesquisador Ricardo Lourenço. A principal missão do site é divulgar a revista fora do Brasil, atraindo novos leitores e, consequentemente, mais autores internacionais. “Vamos mostrar que a Memórias é um veículo bom, seguro e rápido para a publicação de trabalhos. Queremos atrair mais autores que desenvolvem pesquisa na Ásia e na África, por exemplo, onde doenças parasitárias são ainda muito importantes”, realça Lourenço. Outra expectativa é ampliar o leque de temas abordados. “Temos recebido poucas contribuições relativas a estudos internacionais sobre doenças bacterianas como tuberculose e hanseníase”, pontua. De acordo com a editora executiva, Hikmat Zein, muitos pesquisadores brasileiros e estrangeiros ainda enxergam a Memórias como uma revista restrita aos estudos do IOC. “Essa modernização vai permitir uma mudança na nossa imagem – de institucional para internacional”, aposta. Novos recursos A partir de agora, o site permite uma busca por palavras-chave dentro do acervo, composto por mais de quatro mil artigos. O visitante tem, ainda, a possibilidade de cadastrar temas de interesse por meio da criação de um perfil de acordo com seu vínculo com a publicação: autor de artigos, revisor ou apenas leitor. Desta forma, o próprio sistema irá sugerir a leitura de estudos relacionados e mais populares. Pesquisadores interessados em integrar o time de revisores da revista poderão se candidatar por meio do site. Como a Memórias é uma revista pública, financiada pelo governo e de acesso gratuito, o serviço de revisão não é pago. “Exigimos que cada artigo seja visto por dois pesquisadores referências no assunto e, preferencialmente, estrangeiros. Vez ou outra, temos dificuldades em encontrar os melhores ou mais especializados, e o site vai nos ajudar a formar um banco de voluntários”, conclui Hikmat. Um século de história Criada em 1909 pelo próprio Oswaldo Cruz, a Memórias vem passando por mudanças editoriais e estruturais iniciadas em 2007. Desde então, o recebimento de artigos aumentou em 20% e a revista subiu um ponto no ISI. A trajetória ascendente da publicação, que faz verdadeiro contraste com o cenário de baixo impacto da produção científica nacional, foi destacada no 3º Seminário de Avaliação do Desempenho dos Periódicos Brasileiros do Journal Citation Reports de 2011, realizado no segundo semestre de 2012. O periódico ganhou seu primeiro site em 1996 e, em 2007, adotou o sistema de submissão online de artigos Open Journal Systems (OJS). A medida simplificou o processo editorial ao substituir o envio de manuscritos pelo correio, gravados em CD. Em 2008, o site passou a contar com o Sistema Identificador de Objeto Digital, o DOI (do inglês Digital Object Identifier), que permite a certificação dos textos e das obras publicadas na internet e a proteção dos direitos autorais. Já em 2009, todo o acervo digitalizado foi hospedado no portal da Scientific Electronic Library Online (SciELO) e a maior parte também está disponível no PUBMED, permitindo o acesso gratuito a estudos pioneiros realizados por cientistas que marcaram o último século, como Carlos Chagas, Gaspar Vianna, Leônidas Deane, Adolpho Lutz e outros. “A partir de agora, as edições também ficarão armazenadas no próprio site da Memórias, um estímulo a mais para que o visitante navegue pelo site”, explica Hikmat. No início de 2012, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo e da própria SciELO, a Memórias migrou para a plataforma ScholarOne, utilizada pelos mais importantes periódicos do mundo. Além de contar com um sistema de submissão amplamente difundido entre os pesquisadores, o ScholarOne permite que autores enviem seus manuscritos com mais segurança e qualidade, facilitando a realização de cobranças de revisão por meio do envio de e-mails automáticos. (Por Isadora Marinho / Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)Revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz lança novo site
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