Dezembro/2020
As imagens do eclipse total do sol de 29 de maio de 1919 visto de Sobral, no interior do Ceará, ganharam repercussão mundial porque possibilitaram a comprovação da teoria da relatividade de Albert Einstein por cientistas ingleses. Mas além das imagens feitas pela expedição britânica, merece atenção especial uma coleção de fotografias produzidas por astrônomos brasileiros enviados pelo Observatório Nacional (ON) para observar o fenômeno.
Inéditas em sua maioria, as imagens foram digitalizadas recentemente, graças às comemorações do centenário do eclipse e à atualidade da teoria de Einstein. As placas de vidro em que foram originalmente produzidas e reveladas ou reproduzidas encontram-se na Biblioteca do ON.
O artigo História e memória de vidro: as fotografias brasileiras do eclipse de 1919 em Sobral, publicado em HCS-Manguinhos (v. 27, n. 3, jul./set. 2020), aborda a pesquisa de mestrado profissional de Renaldo Nicácio da Silva Júnior, analista de Ciência e Tecnologia do Observatório Nacional, sob orientação de Christina Helena da Motta Barboza, pesquisadora do Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast). Eles se debruçaram sobre mais de 50 imagens produzidas pela equipe do ON liderada por Henrique Morize (1860-1930), identificaram as placas de vidro onde estão registradas e conseguiram atribuir a Morize a autoria de cinco fotografias inéditas da coroa solar do eclipse.
Em sua pesquisa histórica, os autores apoiaram-se em documentos como o relatório da expedição brasileira e o diário de campo de Morize, assim como em manuscritos e correspondências depositadas no Arquivo de História da Ciência do Mast.
Leia em HCS-Manguinhos:
História e memória de vidro: as fotografias brasileiras do eclipse de 1919 em Sobral, artigo de Renaldo Nicácio da Silva Júnior e Christina Helena da Motta Barboza (v. 27, n. 3, jul./set. 2020)